“Fazer o CAC”? Guia Completo para Obter seu CR (Certificado de Registro)
Você já se pegou pesquisando “fazer o CAC” no Google? Pois é, muita gente procura exatamente isso – mesmo sendo um termo incorreto. A expressão pegou na boca do povo, mas vamos esclarecer de cara: CAC não é algo que se “faz” ou “tira”.
CAC é a sigla para Caçador, Atirador e Colecionador – ou seja, a pessoa praticante dessas atividades. O que você realmente precisa obter é o CR (Certificado de Registro), que é a autorização oficial para se tornar um CAC.
Ironicamente, estamos aqui usando o próprio termo errado (fazer o CAC) só para te trazer até aqui e explicar tudo certinho. Sim, tivemos que utilizar essa tática. Então sente-se, pegue um cafezinho e prepare-se para um papo direto sobre como “fazer o CAC” do jeito certo: obtendo seu CR e entrando de vez no mundo legal dos CACs.
O que significa “fazer o CAC” e por que o termo está errado?
Vamos direto ao ponto: dizer “fazer o CAC” está errado, mas a gente entende por que você fala assim. Popularizou-se chamar de CAC todo o processo de se tornar Caçador, Atirador ou Colecionador legalizado.
Muita gente escreve “tirar o CAC” ou “fazer o CAC” como se CAC fosse uma carteirinha mágica. Não é. CAC, repetindo, significa Caçador, Atirador e Colecionador – é a pessoa que exerce essas atividades com autorização.
Entenda a diferença entre uma coisa e outra
Já o CR (Certificado de Registro) é o documento que você precisa obter para efetivamente se tornar um CAC. Em outras palavras, CAC é o praticante, CR é o registro (a licença).
Por exemplo, dizer “fazer o CAC” seria como dizer “vou fazer o motorista” quando, na verdade, o correto é tirar a CNH (Carteira de Motorista). Parece bobo, mas essa confusão é comum.
Inclusive, tem muito produtor de conteúdo por aí usando o termo errado – a gente dá uma risadinha irônica, mas entende que, no fim, todo mundo quer falar da mesma coisa: como obter o CR e se tornar um CAC de verdade.
Esclarecendo de uma vez por todas
Então não se ofenda quando ouvir uma piada com “fazer o CAC“. 😉 – ao final deste artigo você vai estar falando correto e, mais importante, sabendo exatamente como tirar seu CR.
Em resumo: não, você não “faz um CAC” como quem faz um bolo. Você obtém um Certificado de Registro e assim se torna um CAC. Entendido? Beleza.
Agora que já esclarecemos a terminologia, vamos ao que interessa: o que é esse tal de CR e por que você precisa dele para entrar no seleto mundo dos Caçadores, Atiradores e Colecionadores.
Para que serve o CR na prática?
Em primeiro lugar, ele te dá acesso legal a armas e munições em quantidade e calibres maiores do que um cidadão comum poderia obter. Por exemplo, com o CR você pode comprar armas de calibre restrito (como 9mm, .45 ACP, 7.62mm, etc.) – coisa proibida para quem não é CAC.
Também pode adquirir munição em volume bem superior. CACs podem comprar centenas ou milhares de munições por ano, enquanto o cidadão comum sem CR só pode 50 unidades por arma/ano.
Transporte legal de armas
Além disso, o CR permite transportar armas desmuniciadas pelo território nacional para treinamentos, competições ou caça, mediante Guia de Tráfego emitida pela PF.
Quer participar de um campeonato de tiro em outro estado? Com o CR e a Guia de Tráfego, você pode levar sua arma legalmente na viagem. Quer caçar javali (espécie invasora) legalmente? Só com o CR e com registro no Ibama você pode realizar o controle de fauna usando arma de fogo.
O que o CR NÃO é
Cabe destacar também o que o CR não é: não confunda CR com porte de arma para defesa pessoal. Ter o CR não te autoriza a andar armado na rua como se fosse policial.
O foco do CR é permitir acesso a armas para esporte, caça ou coleção – não é um salvo-conduto para portar arma 24h por dia em qualquer lugar.
Aliás, até mesmo aquele “porte de trânsito” (a permissão de levar uma pistola municiada consigo no trajeto para o clube ou caça) foi revogado pelas novas regras do governo Lula.
Mudanças no transporte
Hoje, o CAC deve transportar as armas descarregadas e separadas das munições, sem nenhuma arma pronta para uso imediato, durante o deslocamento.
Portanto, nada de achar que vai sair por aí de pistola na cintura só por ter o CR – isso está proibido e pode te render processo (e prisão) por porte ilegal.
Transferência do Exército para a Polícia Federal
Por fim, uma mudança recente: a gestão do CR passou do Exército para a Polícia Federal em 2025. Antes, quem concedia e fiscalizava os registros de CAC era o Exército (via SFPC/SIGMA).
Porém, após o Decreto 11.615/2023, houve uma transição e a Polícia Federal assumiu a autorização, controle e fiscalização dos CACs.
Como funciona agora
Em outras palavras, quem deseja se tornar CAC agora deve se cadastrar no sistema Sinarm-CAC da PF para obter o CR. A estrutura mudou, mas a essência permanece: o CR continua sendo o documento fundamental para você exercer legalmente essas atividades.
Só fique atento às novas regras e prazos – por exemplo, no passado o CR valia 10 anos, e o governo atual reduziu a validade para 3 anos apenas. Ou seja, vai ter que renovar com mais frequência (pois é, mais burocracia… obrigado governo do PT).
Resumo desta seção
Resumindo esta seção: o CR é o que realmente importa quando se fala em “fazer o CAC”. Ele é a licença que transforma o cidadão comum em um CAC de verdade, dando acesso a armas, munições e atividades legais exclusivas.
Mas também traz responsabilidades (cumprir regras de transporte, armazenamento, renovação etc.). Agora que você já sabe o que precisa (o bendito CR) e por que ele é tão importante, vamos ao próximo passo: como obter esse documento.
Bora lá “fazer o CAC” do jeito certo? 😉
Documentos necessários para fazer o CAC tirar o CR
Documentos pessoais básicos
Primeiro, você vai precisar dos documentos básicos de qualquer cidadão brasileiro. RG, CPF, comprovante de residência (conta de luz, gás, água ou telefone fixo) e título de eleitor com situação regularizada.
Além disso, é necessário apresentar certidões de antecedentes criminais da Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral. Essas certidões devem ser emitidas recentemente (geralmente até 30 dias antes do protocolo).
Ocupação lícita
É necessário comprovar que você tem ocupação lícita (emprego, profissão ou fonte de renda legal). Pode ser carteira de trabalho, contracheque, declaração de Imposto de Renda, cadastro de produtor rural ou algo que mostre que você não vive de atividades ilícitas.
Claro, né? O governo quer ter certeza de que você não é traficante tentando “fazer o CAC” para legalizar um arsenal. Como se alguém disposto a agir fora da Lei se daria ao trabalho de passar por toda essa burocracia para adquirir, de forma legal, um equipamento inferior e superfaturado.
Capacidade técnica (teste de tiro)
Você precisa apresentar um certificado ou laudo de capacidade técnica para manuseio de arma de fogo. Em miúdos, é o comprovante de que você fez um teste de tiro com instrutor credenciado e foi aprovado em uma prova teórica e prática.
Sem isso, nada feito – o governo quer ter certeza de que você sabe diferenciar o cano do gatilho antes de te deixar comprar um fuzil.
Aptidão psicológica
Também é obrigatório um laudo psicológico atestando sua aptidão para manusear armas. Esse laudo deve ser emitido por um psicólogo credenciado pela Polícia Federal.
É tipo um exame psicotécnico específico para CAC, provando que você não é instável a ponto de sair atirando no vizinho por causa do som alto.
Filiação a clube
Esta é crucial e muita gente esquece: você precisa estar filiado a um clube de tiro ou de caça (dependendo da atividade pretendida). Ser membro ativo de uma entidade de tiro desportivo é requisito para obter (e manter) o CR.
Para atirador desportivo, filie-se a um clube de tiro. Para caçador, a uma entidade/clube de caça.
Dica: muitos clubes de tiro convencionais também fazem filiação de caçadores, então pode resolver tudo com uma filiação só.
Declarações diversas
Prepare-se para assinar algumas declarações. Uma delas é o Termo de Ciência, Compromisso e Responsabilidade, em que você basicamente promete seguir todas as regras, guardar as armas com segurança etc.
Outra é a Declaração de Segurança do Acervo, onde você afirma que tem um local seguro (cofre ou armário trancado) para guardar as armas.
Nova exigência pós-2023
E, novidade do pós-Decreto 11.615, se você vai ser atirador desportivo, terá que assinar uma Declaração de Comprometimento com a Habitualidade – ou seja, comprometer-se a realizar a quantidade mínima de treinos/competições por ano exigida nas novas regras.
No nível 1, são oito eventos anuais distintos no mínimo. Em outras palavras, nada de tirar o CR e virar atirador de sofá: você promete que vai frequentar o clube regularmente.
Documentos específicos para Caçador
Se você pretende “fazer o CAC” na categoria Caçador, há alguns extras. Você vai precisar de um documento do Ibama que comprove a necessidade de controle de fauna invasora (caça de javali).
Em resumo, essa documentação é composta de:
- Comprovante de Inscrição no CTF;
- Certificado de Regularidade do IBAMA;
- Autorização de Controle do SIMAF;
- Declaração de acesso à propriedade assinada pelo fazendeiro.
Filiação especializada
Além disso, é necessário filiar-se a um clube de caça ou entidade de caça, caso seu clube de tiro comum não contemple atividades de caça.
Ah, e vale lembrar: mesmo com CR de caçador em mãos, você precisa manter-se regular no Ibama como caçador e obter as devidas documentações ambientais para não ter problemas.
Cuidado com questões ambientais
Sem a documentação do Ibama, abater um javali, por exemplo, pode te render problemas criminais, ainda que a arma esteja legal. Então, olho nisso.
Ufa! Parece coisa demais? Bem-vindo à burocracia brasileira 😅.
Resumindo a papelada
Junte documentos pessoais, comprovantes de bons antecedentes, laudos de exame psicológico e de tiro, comprovação de filiação no clube, declarações que garantem sua responsabilidade e segurança, e documentos extras se for caçar.
Tenha tudo isso organizado antes de dar entrada. Errar ou faltar qualquer documento pode fazer seu processo emperrar por meses. Então, capriche no checklist e confira duas vezes cada papel.
A seguir, vamos para as etapas práticas – como e onde enviar tudo isso para finalmente “fazer o CAC” acontecer.
Passo a passo para fazer o CAC obter o CR
Agora que você já sabe quais documentos precisa, vamos ao passo a passo para “fazer o CAC” de verdade, isto é, solicitar e obter seu Certificado de Registro de CAC.
Após as mudanças recentes, o processo ficou 100% online e centralizado na Polícia Federal (mesmo que parte dele ainda esteja em transição do Exército para a PF).
Não se preocupe, não vai precisar acampar na porta de nenhuma repartição – mas vai precisar de paciência no aguardo. Vamos às etapas:
Cadastro e protocolo no sistema SINARM-CAC
Com tudo em mãos, chega a hora de fazer o cadastro no sistema online. Acesse o SINARM-CAC (o sistema da PF para assuntos de CAC) através da sua conta do Gov.br.
Lá, você vai preencher um formulário eletrônico de solicitação de Concessão de CR. Selecione as categorias que deseja (Caçador? Atirador? Colecionador? Pode marcar mais de uma, desde que tenha cumprido os requisitos de cada).
Anexe todos os documentos exigidos em formato digital (scanner ou PDF legível). Conferiu tudo? Então finalize o protocolo pelo próprio sistema.
Número de protocolo
Após enviar, você receberá um número de protocolo para acompanhar o andamento. Importante: atualmente, não precisa comparecer presencialmente à PF para entregar nada – todo o processo é digital.
Pagamento da taxa (GRU) de registro
Após protocolar, será gerada a Guia de Recolhimento da União (GRU) referente à taxa do serviço. Para “fazer o CAC” (ou seja, conceder o CR) a taxa é R$ 100,00 fixos.
Você emite a GRU ali mesmo pelo sistema e pode pagar via Pix, boleto ou como preferir (geralmente pelo Banco do Brasil). Pague dentro do prazo e guarde o comprovante.
Sem pagar a taxa, seu pedido não anda – acredite, esquecer de pagar é um erro mais comum do que parece (não seja essa pessoa).
Valores específicos por serviço
Cada serviço do sistema tem uma taxa específica, então no caso do CR é essa de R$100; depois, se for registrar armas, serão outras taxas, e assim por diante.
Análise da Polícia Federal e fiscalização
Com a documentação enviada e a taxa paga, agora vem a parte zen: aguardar a análise. Seu processo será encaminhado para a delegacia da Polícia Federal responsável pela sua região.
Lá, os agentes vão verificar cada documento, checar suas certidões, confirmar filiação, laudos etc. Tenha um pouquinho de paciência.
Prazos para emissão do CR de CAC
Embora a norma fale em até 60 dias de prazo para a PF conceder o CR, na prática pode levar mais tempo. Lembre-se que a PF herdou milhares de processos do Exército e está se adaptando a esse novo papel.
Portanto, há um acúmulo de demandas. Em 2025, por exemplo, muitas regiões ainda estão se ajustando, causando demora além do previsto.
Acompanhamento do processo
Fique de olho no seu processo: é possível acompanhar online pelo número de protocolo. Caso falte algum documento ou haja alguma pendência, a PF pode emitir uma notificação no sistema ou por e-mail, pedindo complemento.
Então, verifique regularmente seu e-mail e a plataforma para não perder nenhuma exigência.
Dica: algumas PF estaduais criaram e-mails ou canais diretos para dúvidas de CAC, use se necessário.
Vistoria no local
Dependendo da região e da avaliação do delegado, pode haver uma vistoria presencial na sua residência ou no local de guarda do acervo antes da aprovação final.
Sim, um agente da PF pode agendar de aparecer para inspecionar se você realmente tem um cofre ou armário trancado adequado para guardar armas. Não é sempre que ocorre, mas esteja preparado.
Se acontecer, colabore e mostre que está tudo nos conformes – é para a sua segurança também.
Depois do CR em mãos – próximos passos
Aqui tecnicamente já foge do escopo de como obter o CR, mas é bom saber: de posse do CR, você poderá adquirir armas de fogo dentro dos limites permitidos para sua categoria/nível.
Cada arma que comprar precisará ser registrada no sistema (gerando o CRAF – Certificado de Registro de Arma de Fogo – vinculado ao seu CR).
Transporte e renovação
Também terá que solicitar Guias de Tráfego para transportar as armas para treinos, competições ou caça. E não se esqueça: o CR tem que ser renovado a cada 3 anos – então marque na agenda para iniciar a renovação antes do vencimento.
Seguir as regras daqui pra frente é tão importante quanto todo o processo inicial. Afinal, ninguém quer “desfazer o CAC” por vacilo, né?
Quanto custa “fazer o CAC”?
Vamos falar de dinheiro. Afinal, “fazer o CAC” (obter o CR) envolve alguns custos além da taxa oficial. Muita gente acha que é só pagar a taxa de R$100 e pronto, mas não é bem assim.
Há gastos com exames, documentos e clube, que somados pesam no bolso. A boa notícia é que não estamos falando de nada muito exorbitante.
Custos básicos obrigatórios
A má notícia é que não dá pra escapar desses custos se você quer se tornar CAC. Abaixo, fizemos um resumo dos custos atualizados relacionados a tirar o CR, com valores médios e estimados em cada etapa:
Taxa de emissão do CR (GRU): R$ 100,00 (valor fixo pago à Polícia Federal).
Teste de tiro/capacidade técnica: Entre R$ 170,00 e R$ 450,00 (dependendo da região e do instrutor).
Exame psicológico: Entre R$ 200,00 e R$ 500,00 (varia conforme o profissional credenciado e a cidade).
Custos adicionais importantes
Anuidade do clube de tiro: Entre R$ 300,00 e R$ 1.200,00 por ano (varia muito conforme o clube e a região).
Despachante para assessoria na documentação: No geral, o investimento com esse serviço fica entre R$ 400,00 e R$ 800,00 (dependendo da região).
Cofre ou armário: Entre R$ 500,00 e R$ 3.000,00 (para guardar as armas com segurança).
Estimativa total
Total estimado para “fazer o CAC”: Entre R$ 1.000,00 e R$ 4.500,00, dependendo das suas escolhas e da região onde mora.
Lembrando que esses valores são apenas para obter o CR inicial. Depois, você ainda terá custos para comprar e registrar armas, munições, renovação do CR a cada 3 anos, etc.
Principais mitos e erros sobre fazer o CAC (fazer o CR)
Como todo assunto que bomba na internet, “fazer o CAC” (obter o CR) tem sua cota de mitos, equívocos e informações defasadas circulando por aí.
Vamos destacar aqui, de forma direta e irônica, alguns dos principais erros e mitos que vemos sobre o tema – para que você não caia nessas ciladas.
Se algum deles te surpreender, não se sinta mal; a ideia é justamente esclarecer com bom humor.
Mito 1: “Fazer o CAC” é a mesma coisa para todos
Negativo! Existem três categorias distintas: Caçador, Atirador e Colecionador (CAC). Cada uma tem requisitos específicos, limites de armas diferentes e documentação particular.
Por exemplo, um caçador precisa de documentos do Ibama que um atirador não precisa. Já um colecionador tem regras próprias sobre tipos de armas permitidas.
Mito 2: “Com o CR posso comprar quantas armas eu quiser”
Mentira! As regras sempre impuseram limite de quantidade de armas que cada CAC pode ter, variando conforme a categoria ou nível do atirador.
Por exemplo, um atirador desportivo nível 1 (iniciante) pode adquirir até 4 armas de fogo de uso permitido. Já um atirador nível 3 pode ter até 16 armas, sendo no máximo 4 de calibre restrito.
Mito 3: Porte de arma liberado
Com o CR em mãos, posso andar armado onde e quando eu quiser – Negativo, senhor! Esse é um erro clássico de iniciantes.
Ter CR não é ter porte de arma para defesa pessoal. Como explicado, o CR te permite comprar e transportar armas para fins específicos (tiro esportivo, caça, colecionismo), dentro de certas condições.
Não significa que você pode sair de casa armado no dia a dia como policial.
Realidade do transporte
Aliás, nem mesmo no trajeto para o estande ou caçada você pode mais levar arma municiada (porte de trânsito) – isso foi proibido no primeiro dia do governo Lula.
Então cuidado: se você for pego com arma na cintura fora das condições permitidas (por exemplo, indo ao mercado porque “ah, tenho CR, tô autorizado”), vai responder por porte ilegal de arma do mesmo jeito.
Infelizmente, CR não blinda contra a proibição de porte.
Mito 4: Processo rápido e fácil
“Em 30 dias eu tenho meu CR na mão” – Sonhou! Embora o prazo legal seja de até 60 dias, na prática pode levar muito mais tempo.
A PF herdou milhares de processos do Exército e ainda está se adaptando. Muitos processos em 2025 levaram 4, 5, 6 meses ou mais para serem concluídos.
Mito 5: Uma vez CAC, sempre CAC
“Tirei o CR e agora estou tranquilo para sempre” – Que nada! O CR tem validade de apenas 3 anos (era 10 anos antes, mas o atual governo reduziu).
Além disso, você precisa cumprir requisitos de habitualidade (frequentar o clube, participar de eventos) para manter o registro válido.
Mito 6: Arsenal ilimitado em casa
“Com o CR, posso montar um acervo ilimitado em casa” – Calma lá, Rambo! Há limites bem específicos.
Caçadores podem ter até 6 armas (2 de uso restrito, 4 permitidas). Colecionadores, apenas uma unidade de cada modelo histórico. Atiradores, começam com 4 permitidas (no nível 1)
Esses números vêm do Decreto 11.615/2023 e suas portarias, que reduziram drasticamente os limites de aquisição para o cidadão de bem. E para os bandidos, tivemos alguma redução nos limites? 😂
A realidade dos limites
Então é mito pensar que “virou CAC, pode comprar 30, 40 armas fácil”. Não pode. E mesmo as armas permitidas exigem procedimentos: cada compra precisa de autorização e registro individual.
Ou seja, “fazer o CAC” não é sinônimo de montar um depósito de armas na sua casa – a lei impõe freios, e agora bem mais apertados que antes (só para o cidadão cumpridor da Lei).
Mito 7: CAC pode tudo
“CAC tem mais direitos que cidadão comum” – Parcialmente verdadeiro, mas com pegadinhas. Sim, CACs têm acesso a calibres restritos e maior quantidade de munição.
Porém, também têm mais obrigações: renovação frequente, comprovação de habitualidade, fiscalizações, limites rígidos de transporte, etc.
Não é exatamente a “liberdade total” que muitos imaginam.
Considerações finais sobre fazer o CAC (fazer o CR)
Poderíamos listar outros pontos, mas os acima são os campeões de dúvidas e confusões. Evitar esses erros já coloca você na frente de muitos iniciantes.

Fazer o CAC (fazer o CR) do jeito certo envolve aprender constantemente – seja nas regras, seja nas práticas de tiro. Então mantenha-se informado e não acredite em tudo que ouve na roda do churrasco sem verificar.
CAC consciente vale por dois!
Ficou com alguma dúvida sobre como “fazer o CAC” corretamente? Deixe seu comentário abaixo que responderemos assim que possível.
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Saty Jardim:
Prestador de serviços credenciado no Exército Brasileiro sob Nº 000.116.553-48. Praticante da pesca, caça e do tiro desportivo, que aprendeu na prática os procedimentos legais para compra e registro de armas de fogo, requisição de CR e outros procedimentos junto ao Exército, Polícia Federal, IBAMA e SAP/MAPA.
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