Como Caçar Cervo Axis: Guia Completo para Caçadores no Brasil
O cervo axis (Axis axis), também conhecido como chital, representa uma das mais recentes e complexas questões da fauna invasora brasileira. Portanto, este mamífero originário da Índia, Nepal e Sri Lanka tem se expandido rapidamente pelo Sul e Sudeste do país desde 2009. Dessa forma, a liberação da caça no Rio Grande do Sul marca um precedente importante no controle de espécies exóticas invasoras. Como caçar cervo axis tornou-se uma questão tanto de técnica quanto de necessidade ambiental, exigindo conhecimento específico sobre comportamento animal, equipamentos adequados e cumprimento da legislação vigente.
A Rápida Expansão do Cervo Axis pelo Brasil
A presença do cervo axis no território brasileiro começou através da fronteira com o Uruguai e Argentina. Assim, em 1930, a espécie foi introduzida nesses países vizinhos para fins de caça esportiva. Posteriormente, alguns indivíduos que fugiram de fazendas de caça migraram naturalmente para o Brasil, sendo avistados pela primeira vez em 2009 no Parque Estadual do Espinilho, no Rio Grande do Sul. A partir desse foco inicial na fronteira uruguaia, a espécie espalhou-se por todo o território gaúcho.
Desde então, a expansão geográfica tem sido alarmante. Além disso, registros confirmados mostram a presença da espécie em Santa Catarina desde 2019, começando por São José do Cedro. A partir disso, diversos municípios catarinenses já confirmaram a presença do cervo axis em vida livre. Em 2023, o cervo já havia sido avistado no Paraná, especificamente no Parque Nacional do Iguaçu e em Cascavel. O mais preocupante, porém, foi o primeiro registro em São Paulo em abril de 2024, onde um exemplar foi encontrado atropelado em Monte Alto.
Velocidade de Dispersão
Especialistas estimam que a população de cervos axis está aumentando entre 20% a 30% a cada ano. Consequentemente, essa taxa de crescimento exponencial se deve a vários fatores: ausência de predadores naturais, alta capacidade reprodutiva e adaptabilidade a diferentes ambientes. Márcio Leite de Oliveira, pesquisador da UNESP, explica que o processo de invasão segue um padrão típico: adaptação inicial, estabelecimento de populações e posterior dispersão territorial.
Diante desse cenário, legalizar a caça do cervo axis não é apenas uma questão de esporte ou hobby – tornou-se parte essencial de uma estratégia de conservação e manejo ambiental. Controlar a expansão do cervo axis por meio da caça responsável ajuda a proteger as espécies nativas, os ecossistemas frágeis e as propriedades rurais dos danos causados por essa invasão biológica.
Problemas Causados pelo Cervo Axis
O cervo axis (Axis axis) pode até parecer um animal dócil e elegante, mas sua proliferação descontrolada traz sérios problemas ambientais e econômicos (além de riscos sanitários) para o Brasil. Antes de falarmos das técnicas de como caçar o cervo axis, é crucial entender esses impactos negativos causados por essa espécie invasora.
Degradação Ambiental
O cervo axis causa diversos problemas ambientais significativos. Primeiramente, compete diretamente com espécies nativas, especialmente o veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus), que já está na lista de extinção no país. Além disso, a espécie modifica drasticamente a composição florística das áreas invadidas, reduzindo a riqueza e abundância de plantas nativas.
Outro aspecto preocupante é a capacidade do cervo axis de alterar ecossistemas inteiros. Por exemplo, eles consomem exaustivamente a vegetação, danificam árvores, dispersam sementes de ervas daninhas e causam erosão do solo. Ademais, frequentemente se reúnem em grupos grandes, potencializando o impacto ambiental negativo.
Em resumo, essa degradação ambiental reforça a urgência de manejo – entender como caçar o cervo axis passou a ser parte da estratégia de proteção dos nossos ecossistemas.
Consequências Econômicas
Os prejuízos econômicos são igualmente severos. Na agricultura, o cervo axis devasta pastagens e plantações. Particularmente problemáticos são os danos aos pomares, onde consomem brotações de árvores jovens e até mesmo a casca de árvores adultas, levando-as à morte.
Para a pecuária, os riscos vão além do consumo de pastagens. A espécie pode transmitir tuberculose bovina e diversas outras doenças, causando perdas de produção e aumento significativo dos custos. Adicionalmente, carrega parasitas que podem afetar humanos quando suas fezes contaminam fontes de água.
Essa situação reforça a necessidade de manejar e entender como caçar o cervo axis para proteger a produção agropecuária.
Disseminação de doenças
No aspecto sanitário, o cervo axis funciona como vetor de doenças e parasitas. Por transitarem entre fazendas e matas, eles podem transmitir zoonoses ao gado (como tuberculose bovina) e espalhar parasitas que contaminam fontes de água com patógenos – facilitando surtos de leptospirose e outras enfermidades. Ou seja, onde o cervo axis prolifera sem controle, surge um risco crescente de doenças no rebanho e na saúde pública. Por isso, caçar o cervo axis também se torna uma questão de saúde pública no campo.
Riscos no trânsito
Por fim, a segurança nas estradas tornou-se outra preocupação. Com a expansão do cervo axis em várias regiões, aumentam os riscos de colisões envolvendo esses animais em rodovias. Já houve pelo menos três acidentes automobilísticos registrados com cervos axis em estradas brasileiras, e a tendência é só piorar à medida que a população do animal cresce desmedidamente. Logo, até nas estradas surge o dilema de como caçar o cervo axis para evitar acidentes futuros. Motoristas precisam redobrar a atenção em áreas onde agora há cervos axis circulando.
Em suma, a presença descontrolada do cervo axis ameaça o equilíbrio ambiental, gera prejuízos ao agronegócio e representa perigos à saúde pública e à segurança viária. Todos esses problemas explicam por que o manejo dessa espécie invasora se tornou urgente – e por que aprender a caçar o cervo axis de forma legal e responsável passou a ser uma questão de conservação ambiental e proteção econômica.
Regulamentação da Caça do Axis no Rio Grande do Sul
O Rio Grande do Sul se tornou pioneiro no controle do cervo axis com a publicação da Portaria SEMA nº 109/2022. Esta normativa estabelece as regras para o controle populacional da espécie nas Unidades de Conservação Estaduais. Contudo, é importante notar que inicialmente a portaria ficou suspensa devido a questionamentos, passando por revisões para aperfeiçoamento.
Procedimentos para Autorização
Para caçar o cervo axis legalmente no Rio Grande do Sul, é necessário seguir procedimentos específicos. Primeiro, deve-se realizar cadastro na Divisão de Unidades de Conservação (DUC) do estado. Além disso, quando o cervo for encontrado em propriedades rurais particulares inseridas em Unidades de Conservação Estaduais, é obrigatória também a autorização do proprietário. Já para as RPPNs (Reserva Particular do Patrimônio Natural), os proprietários precisam requisitar a implementação assistida pelo SEMA, através do programa INVASORAS RS.
Os controladores devem passar por treinamento específico para identificação segura da espécie e diferenciação dos cervos nativos. Durante as operações, sempre serão acompanhados por funcionário da unidade de conservação responsável. Finalmente, relatórios detalhados sobre número de abates, sexo dos animais e destinação da carcaça são obrigatórios.
Traduzindo em miúdos, é pura burocracia estatal e o controle só pode ser feito em Unidades de Conservação Estaduais ou RPPNs dentro do território gaúcho.
Vedação à comercialização
Nenhum produto ou subproduto do cervo abatido pode ser vendido. A caça é unicamente para controle populacional, não visando lucro. Portanto, o caçador não pode comercializar a carne, couro, galhadas ou qualquer parte do animal – todo abate deve ter fins de manejo, consumo próprio ou descarte orientado pelas autoridades.
Proibição de exibicionismo
Para evitar a promoção indevida da caça, a legislação gaúcha proíbe divulgar imagens ou vídeos das caçadas ao cervo axis. Nada de postar fotos de troféu nas redes sociais – quem o fizer pode incorrer em infração administrativa. Imagens da caça só podem ser usadas em relatórios obrigatórios ao órgão fiscalizador.
Métodos de abate restritos
A Portaria SEMA 109/2022 delimita quais métodos de caça podem ser utilizados no controle. Basicamente, só são permitidas a caça de espera (o caçador permanece camuflado em vigília, aguardando o animal) ou o uso de armadilhas do tipo curral. Admite-se o uso de ceva para atrair os animais. Métodos que empregam o uso de cães de caça estão vetados.
Legislação de Santa Catarina sobre o cervo axis
Em contraste, o estado vizinho de Santa Catarina adotou uma postura ainda mais restritiva. O órgão ambiental catarinense (IMA) editou a Portaria IMA nº 157/2022 proibindo completamente a posse, transporte, criação ou soltura do cervo axis em todo o território catarinense. Na prática, Santa Catarina classificou formalmente o cervo axis como espécie exótica invasora e vedou qualquer manejo da espécie sem autorização expressa. Em outras palavras, caçar o cervo axis continua ilegal no Estado – a não ser em eventual captura realizada pelas autoridades.
Cervo axis nos demais Estados
Nos demais estados brasileiros, até o momento, não há regulamentações específicas sobre o cervo axis. Isso significa que, em lugares como Paraná ou São Paulo, apesar de já existirem cervos axis vivendo soltos, um caçador não pode simplesmente sair abatendo esses animais por conta própria, sob pena de cometer crime ambiental.
É fundamental, portanto, conhecer e respeitar as leis ambientais vigentes no seu estado. Quem deseja realmente saber como caçar o cervo axis dentro da legalidade deve acompanhar as normas locais: se houver um programa oficial de controle (como o do RS), inscrever-se; caso contrário, aguardar a regulamentação adequada.
Liberar a caça agora é essencial para evitar outro desastre como o do javali
A história do javali (Sus scrofa) no Brasil oferece lições importantes sobre espécies invasoras. Introduzido no início da década de 1990, o javali se expandiu descontroladamente. Entretanto, devido a incompetência, burocracia e morosidade estatal, sua caça só foi liberada em 2013, mais de 20 anos após o início da invasão. Nesse período, a espécie se espalhou por praticamente todo o território nacional. Estima-se que os javalis e javaporcos causem bilhões de reais em danos ambientais, agrícolas e pecuários anualmente no Brasil.
A situação atual do cervo axis no Brasil lembra, em muitos aspectos, a história inicial do javali e seus híbridos javaporcos.

Necessidade de Ação Rápida
Os números do javali demonstram a urgência de agir rapidamente contra o cervo axis. Entre 2015 e 2019, o número de municípios com presença de javali saltou de 472 para 816. Isso prova que esperar décadas para implementar controle pode tornar a erradicação impossível.
Portanto, a liberação rápida da caça do cervo axis no Brasil pode ser a melhor estratégia para combater essa espécie invasora ainda no início da invasão. Especialistas concordam que uma vez estabelecidas, as populações de espécies exóticas se tornam praticamente impossíveis de erradicar completamente.
Conhecendo o Cervo Axis: Características e Comportamento
O cervo axis é facilmente identificável por sua pelagem distintiva. Os adultos apresentam coloração que varia do vermelho enferrujado ao marrom escuro, sempre adornada com manchas brancas permanentes ao longo do corpo. Além disso, possuem uma faixa dorsal escura característica que os diferencia de outras espécies.
Em termos de tamanho, as fêmeas alcançam cerca de 45kg, enquanto os machos podem atingir 90kg ou mais. Os machos adultos desenvolvem galhadas impressionantes que podem chegar a 80cm de comprimento, com estrutura típica de três pontas por lado.
Padrões de Atividade
Compreender quando o cervo axis está ativo é fundamental para caçar o cervo axis com sucesso. Esses animais são crepusculares, sendo mais ativos durante o amanhecer e o entardecer. Especificamente, os horários de maior atividade ocorrem das 4:30-5h às 8-9h da manhã e das 4:30-5h da tarde às 8h da noite.
Durante o meio do dia, especialmente em temperaturas elevadas, os cervos buscam sombra e descanso. Isso significa que das 8-9h da manhã às 4-5h da tarde, eles permanecem relativamente inativos, preferindo áreas sombreadas ou vegetação densa.
Comportamento Social e Reprodutivo
Diferentemente de muitos cervídeos nativos, o cervo axis vive em grupos sociais estruturados. Durante o período reprodutivo, que pode ocorrer praticamente o ano todo com pico no verão, formam-se harems com um macho dominante e várias fêmeas.
O período de brama (acasalamento) é particularmente interessante para caçadores. Durante esta fase, os machos se tornam mais vocais e territoriais, emitindo sons característicos para atrair fêmeas e intimidar rivais. Contudo, no Brasil, devido ao atraso na adaptação climática, a brama ainda não ocorre com a intensidade observada em outros países.
Equipamentos Essenciais para Caça do Cervo Axis
A escolha do armamento é crucial para caçar o cervo axis de forma eficiente e ética. Com base na experiência argentina e internacional, os calibres mais adequados incluem .270 Winchester, .30-06 Springfield e .308 Winchester. Estes calibres oferecem potência suficiente para abate rápido e limpo sem causar danos excessivos à carne.
Para distâncias típicas de caça (50-250 metros), esses calibres proporcionam trajetória plana e energia adequada. É fundamental que a arma seja devidamente aferida antes da caçada, preferencialmente a 100 metros com ajuste fino para a distância esperada de tiro.
Ótica e Acessórios
Uma luneta de qualidade é indispensável. Recomenda-se uma luneta variável 3-9x40mm, que oferece versatilidade para diferentes distâncias e condições de luz. As características de coleta de luz são especialmente importantes, considerando que os cervos são mais ativos durante períodos de baixa luminosidade.
O uso de tripé ou bipé para estabilização do tiro é altamente recomendado. Uma escora improvisada pode ser construída com duas varas de bambu e câmara de ar de motocicleta, oferecendo solução econômica e eficiente.
Equipamentos Auxiliares
Binóculos de qualidade são essenciais para localização e avaliação dos animais à distância. Ademais, equipamentos como lanternas de cabeça, repelente de insetos e roupas de camuflagem adequadas ao ambiente completam o kit básico.
Não se deve esquecer de itens de segurança e conforto: água, lanches, facas para limpeza, e equipamentos de primeiros socorros são fundamentais para caçadas longas.
Técnicas de Caça Permitidas
As opções autorizadas pela Portaria SEMA nº 109/2022 para a caça do cervo axis no Rio Grande do Sul são bastante limitadas. Ou seja, são permitidas apenas as caçadas em espera ou com auxílio de armadilhas do tipo curral. Além disso, podem-se utilizar atrativos como ceva (alimentos) ou playback (chamados). O uso de cães não é permitido.
Caçada em Espera
A técnica de espera consiste em posicionar-se em pontos estratégicos onde os cervos transitam regularmente. Locais próximos a fontes de água, trilhas conhecidas ou áreas de alimentação são ideais. Esta técnica requer paciência, mas pode ser muito produtiva durante os horários de maior atividade animal.
Pontos de água são particularmente eficazes, especialmente durante períodos quentes quando os cervos precisam se hidratar frequentemente. Instalações de espera devem ser preparadas com antecedência, considerando direção do vento predominante e ângulos de tiro disponíveis.
Armadilhas Tipo Curral
As armadilhas tipo curral constituem uma ferramenta importante para captura do cervo axis. Dessa forma, estas estruturas permitem a captura de grupos inteiros de cervos, sendo particularmente úteis em áreas onde a densidade populacional é alta. Ademais, a captura simultânea de vários indivíduos maximiza a eficiência do controle populacional, reduzindo significativamente o tempo e recursos necessários para o manejo da espécie invasora.
A construção das armadilhas tipo curral utiliza cerca de tela com malha de 10×10 cm, estruturados em formato circular ou em “coração” com aproximadamente 6 metros de diâmetro. Entretanto, é fundamental que a altura mínima seja de 1,5 metros para prevenir escape por salto, sendo recomendável 2 metros para máxima segurança. O sistema de entrada utiliza design de funil ou válvula unidirecional, permitindo que os animais entrem mas impedindo a saída. Consequentemente, o mecanismo de fechamento é ativado quando um número suficiente de cervos está dentro da armadilha, sendo controlado remotamente ou por sistema de gatilho posicionado estrategicamente no fundo da estrutura.
Utilização de Chamados
Durante o período reprodutivo, chamados (playback) podem ser utilizados para atrair machos territoriais. Entretanto, esta técnica requer experiência considerável, pois chamados incorretos podem afugentar os animais definitivamente. No Brasil, devido ao estágio inicial da invasão, essa técnica ainda está sendo adaptada às condições locais.
Caçada com Ceva
A técnica de ceva representa um método altamente eficaz no controle do cervo axis, assim como para caça de javali. Esta modalidade consiste em estabelecer pontos de alimentação controlados para atrair os animais a locais específicos, onde podem ser observados e abatidos com segurança. Além disso, a ceva permite ao caçador selecionar cuidadosamente o exemplar a ser abatido, distinguindo-os dos demais cervos nativos.
A implementação da ceva requer preparação cuidadosa e paciência considerável. Portanto, o caçador deve identificar locais estratégicos como trilhas naturais, pontos de passagem entre áreas de descanso e alimentação, ou proximidades de fontes de água. O processo inicia com a distribuição regular de alimentos atrativos como milho, restos vegetais ou substâncias doces durante um período de habituação que pode durar uma a duas semanas. Consequentemente, câmeras de trilha são essenciais para monitorar a atividade dos cervos e determinar o momento ideal para a caçada, permitindo ajustes na quantidade e distribuição da isca conforme necessário.
Distâncias de Tiro e Precisão
Para caçar o cervo axis, as distâncias ideais de tiro variam entre 50 a 250 metros. Esta faixa permite precisão adequada mantendo energia suficiente do projétil para abate limpo. A maioria dos caçadores experientes prefere manter-se dentro dos 150 metros sempre que possível.
Distâncias menores que 50 metros podem ser problemáticas devido ao ângulo de tiro e velocidade alta do projétil. Por outro lado, distâncias superiores a 300 metros exigem equipamentos especializados e habilidade excepcional, não sendo recomendadas para caçadores médios.
Lembrando que para o uso de armas de fogo na caça, é essencial obter o CR de Caçador na Polícia Federal.
Pontos de Tiro Vitais
O ponto de mira ideal é a região logo atrás do ombro dianteiro, aproximadamente um terço da altura do peito. Esta área garante atingir órgãos vitais (coração e pulmões) proporcionando abate rápido e humanizado. Evite tiros na cabeça ou pescoço a menos que seja um atirador extremamente experiente.
Tiros muito altos podem atingir apenas a coluna vertebral, causando paralisia sem morte imediata. Tiros muito baixos podem atingir apenas membros, resultando em animal ferido que foge. Por isso, a precisão é fundamental para um abate ético.
Horários e Condições Ideais
Caçar o cervo axis com máxima eficiência requer timing preciso. Os horários mais produtivos são as primeiras horas da manhã (4:30 às 8:00h) e o final da tarde (16:30 às 20:00h). Durante estes períodos, os cervos estão ativos se alimentando e se movimentando entre áreas de descanso e alimentação.
O meio do dia geralmente oferece menores chances de sucesso, exceto próximo a fontes de água durante períodos quentes. Contudo, durante o período reprodutivo, a atividade pode se estender ao longo do dia.
Condições Climáticas Favoráveis
Condições climáticas moderadas são ideais para a caça. Dias nublados ou com garoa leve podem aumentar a atividade dos cervos. Antes de tempestades, os animais frequentemente aumentam a atividade de alimentação.
Vento forte pode mascarar ruídos do caçador, mas também dificulta a precisão do tiro. A direção do vento é crucial – sempre se aproxime contra o vento para evitar que seu odor chegue aos animais.
Preparação Física e Mental
A caça do cervo axis exige excelente condicionamento físico. Caminhadas de até 20km por dia são comuns. O terreno variado e acidentado torna a atividade fisicamente exigente, especialmente quando se carrega equipamentos pesados.
Exercícios cardiovasculares regulares, fortalecimento das pernas e core são essenciais. Ademais, praticar caminhadas com equipamentos similares aos que serão usados na caça ajuda na adaptação. Caçadores em má forma física tendem a fazer mais ruído e ter menor precisão devido ao cansaço.
Preparação Mental e Técnica
A paciência é virtude fundamental para como caçar o cervo axis. Longos períodos de observação e espera são necessários. Além disso, a capacidade de tomar decisões rápidas sobre o momento e o ângulo de tiro é crucial.
Praticar regularmente em estandes de tiro, familiarizar-se com o equipamento e estudar o comportamento animal são preparações essenciais. Conhecimento sobre a espécie – habitat, comportamento, anatomia – contribui significativamente para o sucesso.
Ética da Caça
Caçar o cervo axis de forma ética envolve várias considerações. Primeiro, priorizar abates limpos que resultem em morte rápida do animal. Segundo, dar preferência a machos maduros, preservando fêmeas reprodutoras quando possível.
Embora, em outros países seja recomendado dar preferência a machos maduros, preservando fêmeas reprodutoras, no contexto de controle de espécie invasora, entretanto, o abate de fêmeas é necessário para efetivo controle populacional. Por isso, seguir as orientações dos órgãos ambientais é fundamental para alinhar a atividade de caça com o objetivo de controle da espécie.
Processamento e Aproveitamento da Carcaça
A carne do cervo axis é considerada uma das melhores entre os cervídeos. A carne das fêmeas é geralmente mais tenra que a dos machos, especialmente machos mais velhos. Contudo, a carne do cervo axis não possui odor desagradável e pode ser preparada de diversas formas: frita, moída, assada ou ensopada.
Durante o processamento, é importante remover a carne rapidamente do calor e resfriá-la adequadamente. O aproveitamento deve incluir os cortes nobres (lombo, alcatra) e a carne dos quartos e paletas.
Opções de Taxidermia
Para troféus, existem várias opções de taxidermia. O “shoulder mount” (ombro e cabeça) é tradicional e mais econômico. O “full mount” (animal inteiro) é mais impressionante, mas requer mais espaço e investimento. Chifres pequenos podem ser usados para confecção de facas ou decoração.
Segurança e Aspectos Legais
A segurança deve ser prioridade absoluta ao caçar o cervo axis. Sempre confirme o alvo antes de atirar, garantindo que não há pessoas na linha de tiro. Use colete laranja ou equipamentos de alta visibilidade quando for possível.
Comunique sempre sua localização a outros caçadores da área. Leve equipamentos de comunicação (celular, rádio) e informe alguém sobre seus planos de caçada, incluindo horário previsto de retorno.
Cumprimento da Legislação
Atualmente, a caça do cervo axis está regulamentada apenas no Rio Grande do Sul. Caçar a espécie em outros estados pode constituir crime ambiental. Mantenha-se atualizado sobre mudanças na legislação, pois outros estados podem implementar regulamentações similares.
Sempre porte documentação adequada: registro da arma, licença de caça quando exigida, e autorizações específicas para controle de espécies invasoras. O descumprimento pode resultar em processo criminal, multas pesadas e apreensão de equipamentos.
Considerações finais sobre Como Caçar Cervo Axis
O cervo axis representa um desafio complexo que une conservação ambiental, manejo de fauna e oportunidades de caça. Caçar um cervo axis vai além da técnica individual, envolvendo responsabilidade coletiva no controle de uma espécie invasora que ameaça nossos ecossistemas nativos.
Técnicas adequadas, equipamentos apropriados e conhecimento específico do comportamento animal são fundamentais para o sucesso. Entretanto, no contexto brasileiro, a caça desta espécie deve ser encarada primariamente como ferramenta de controle ambiental, seguindo rigorosamente as regulamentações estabelecidas.
A rápida ação é essencial. O exemplo do javali mostra que esperar décadas para implementar controle pode tornar a situação irreversível. Portanto, caçadores interessados devem se preparar adequadamente, tanto tecnicamente quanto legalmente, para contribuir efetivamente no controle desta espécie invasora enquanto ainda é possível fazer a diferença para a conservação da fauna nativa brasileira.
Ficou com alguma dúvida sobre como caçar o cervo axis? Deixe o seu comentário abaixo! Queremos saber a sua opinião: você acredita que essa é a melhor estratégia de controle? Já teve alguma experiência ou avistamento desse animal invasor? Participe do debate conosco.
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Saty Jardim:
Prestador de serviços credenciado no Exército Brasileiro sob Nº 000.116.553-48. Praticante da pesca, caça e do tiro desportivo, que aprendeu na prática os procedimentos legais para compra e registro de armas de fogo, requisição de CR e outros procedimentos junto ao Exército, Polícia Federal, IBAMA e SAP/MAPA.
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